"O homem tem livre-arbítrio nos seus atos? – Pois se tem a liberdade de pensar, tem a de agir. Sem o livre-arbítrio o homem seria uma máquina." - Questão 843, de “O Livro dos Espíritos”- Allan Kardec.
Podendo contar com a liberdade para pensar e agir, a criatura humana tem plenas condições de escolher seus caminhos, tomar suas decisões e direcionar seus passos em busca da perfeição, trilhando com independência, embora absorvendo os benefícios do relacionamento social.
E essa autonomia é que permite a cada um de nós escolher se desejamos mais trabalho ou mais sofrimentos, pois que é da Lei Natural que colhamos os reflexos daquilo que fazemos, e, obviamente, se sondarmos nossas atitudes presentes, logo haveremos de concluir como foi o nosso comportamento no passado, em outras existências.
Como tudo nos leva a crer que ontem erramos mais do que acertamos, pela lei de causa e efeito, por justiça, hoje temos a obrigação de reparar, para com as sábias leis de Deus, os danos causados. Isso podemos fazer de duas formas: sofrendo ou trabalhando. Quem trabalha mais sofre menos ou vice-versa.
Um homem desde muito jovem, com frequência, tinha a impressão de que ficaria cego. Algo na intimidade lhe afirmava que num dado momento ficaria sem a visão. Isso o atormentava muito.
Os anos foram passando e a tal impressão perdurava.
Tomando conhecimento de que próximo à sua casa uma menina havia perdido os pais, se propôs a adotá-la, diminuindo assim seu infortúnio. Educou-a sob suas diretrizes morais e religiosas. A jovem cresceu, mas infelizmente não aceitou as orientações que recebera daquele generoso senhor.
O tempo inexorável seguia seu curso e a ideia de que ficaria cego insistia em fazê-lo temeroso, mas continuava determinado, ajudando aquela jovem que se preparava para o casamento.
Casada, viu nascer o primeiro filho. Separou-se do primeiro marido, do segundo, do terceiro... Foram cinco casamentos, tendo um filho em cada relacionamento. E, ante seu comportamento leviano e inconsequente, acabou assassinada, ficando para o prestativo senhor, cinco “pequenos” para criar.
A impressão da cegueira iminente continuava firme. Será que ficaria mesmo cego?
As crianças cresceram, estudaram, formaram seus lares... e o homem generoso conheceu a velhice, mas a ideia de que ficaria cego não desapareceu.
A morte roubou-lhe o corpo físico, voltando para a Pátria Espiritual. Logo que lá chegou perguntou ao Benfeitor, que o acolhera, qual a razão de carregar durante a vida toda a impressão de que ficaria cego, recebendo a seguinte informação: deveria mesmo, como consequência de erros de vidas passadas, adquirir a cegueira, mas como se prestou a socorrer a menina órfã, não poderia privar-se da visão, pois teria que trabalhar para sustentá-la, e, posteriormente, laborar para cuidar das cinco crianças, e o tempo foi passando, tendo necessidades dos olhos bem abertos. A existência terrena chegou ao fim, tendo substituído o sofrimento pelo trabalho.
Caso não se prestasse a socorrer a dor alheia, teria a dor em si mesmo devido a faltas cometidas em outras encarnações, mas como tinha liberdade para escolher, escolheu o trabalho em favor do próximo, afastando assim um sofrimento maior. Usou o livre-arbítrio, acertadamente.
Todos temos a mesma prerrogativa: a liberdade de escolher qual caminho seguir, se preferimos mais sofrimentos ou mais trabalho. A decisão, obviamente, é totalmente nossa.
Amparando a criança necessitada, socorrendo uma mãe em desespero ante a fome dos filhinhos, ajudando um doente abandonado e sem recursos, trabalhando pela paz entre os homens... enfim, servindo ao próximo, a dor que por ventura viria nos atormentar toma outra direção.
Pensemos nisso.
Waldenir Aparecido Cuin
wacuin@ig.com.br
Votuporanga (SP)
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